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Vulcão Osorno, Patagônia Chilena

Vulcão Osorno - Puerto Varas - Chile - Setembro 2006

Chegamos à Patagônia Chilena. Foram alguns dias em Santiago, quando também visitamos a Concha Y Toro, Valparaíso e Viña Del Mar. Voamos então até Puerto Montt, com a Cordilheira dos Andes o tempo todo ao nosso lado, e na chegada já fomos conhecer o Vulcão Osorno, Chile.

Seja bem-vindo ao site do projeto da Débora (Dé) e do Gustavo (Gus), o Dé-Gus-tando a viagem. Aqui você vai ficar sabendo de tudo sobre o nosso projeto de viver na estrada, e também terá acesso às viagens que fizemos, compartilhando histórias, curiosidades, informações e experiências vividas durante os 28 anos que estamos juntos.

Seguindo com o roteiro

Essa publicação faz parte de uma série em que conto como foi nossa primeira viagem internacional, em setembro de 2006, quando contratamos um pacote turístico para fazer a Cruce de Lagos entre Chile e Argentina.

Depois de passarmos alguns dias em Santiago, quando conhecemos um pouco da cidade, a vinícola Concha Y Toro, e também as cidades de Valparaíso e Viña Del Mar, chegava a hora de seguir com o roteiro programado, voar para mais ao sul, já na Patagônia Chilena, até a cidade de Puerto Montt.

Como contei na publicação anterior, realizar esse voo foi um momento impar em nossas vidas. Faltam palavras, e na verdade não existem palavras que traduzam, descrevam ou transmitam o sentimento de voar por mais de 1h30min com a visão da Cordilheira dos Andes pela janela. Foi realmente mágico!

Aeroporto Puerto Montt - Chile - Setembro 2006

Chegada em Puerto Montt e deslocamento para Puerto Varas

Era dia 12 de setembro de 2006. Depois de um voo tranquilo e mágico, descemos em Puerto Montt por volta das 16h. Seguimos para a área de desembarque para pegarmos nossas bagagens. Outros casais estavam fazendo a mesma viagem que nós, então nesse momento já estávamos enturmados e o ambiente estava bastante animado.

Assim que saímos da área de embarque fomos recepcionados pelo pessoal da agência local que faria o atendimento enquanto estivéssemos na região. Nossa base seria na cidade de Puerto Varas e era para lá que nosso transfer seguiria.

O pessoal se dividiria em vários hotéis pela cidade. O nosso era o Hotel los Alerces. Seguimos de van para o hotel para fazermos nosso check-in. Na programação estavam incluídos 3 dias em Puerto Varas.

Um vulcão para terminar o dia

Antes de sairmos do aeroporto em direção aos o hotéis, fomos surpreendidos com um convite para uma programação para ainda naquele dia. E não era qualquer programação! Era visitar um vulcão, o Osorno.

A visita ao Vulcão Osorno não estava no roteiro original. Era um programa extra, opcional. Não lembro quanto custou, mas não era nada que assustasse. Acredito que todos na van quiseram fazer o passeio, inclusive nós é claro, pois era um passeio imperdível.

Então, a partir dali a programação era passar nos hotéis para todos fazerem seus check-ins, aproveitar para ir ao banheiro, descansar alguns minutos, pegar roupas mais quentes, para seguir para o vulcão.

Vista do Vulcão Osorno a partir de Puerto Varas
No caminho para o hotel já foi possível avistar o Osorno, mesmo que atrás das nuvens.
Vista da janela do nosso quarto no Hotel los Alerces
Vista da janela do nosso quarto no Hotel los Alerces. Ao fundo o Lago Llanquihue.

Sobre o Vulcão Osorno

O Vulcão Osorno, de 2.652 metros de altitude, é um vulcão ativo, que fica situado entre as províncias de Osorno e Llanquihue, na Região dos Lagos do Chile. Pode ser visto claramente das outras cidades a sua volta, como Puerto Varas, Puerto Montt e Frutillar.

Símbolo da paisagem local e conhecido também por sua semelhança ao Monte Fuji, no Japão, é um dos mais ativos do sul do Chile, com 11 erupções históricas registradas entre 1575 e 1869.

Mapa Vulcão Osorno, Puerto Varas, Puerto Montt
Mapa com a posição do Vulcão Osorno, Lago Llanquihue, Puerto Varas e Puerto Montt.

Partindo para visitar um vulcão ativo

Chegou o momento de sairmos para o passeio! Quem diria que no final daquele dia, depois de esperarmos por várias horas no aeroporto de Santiago, fazermos um voo de 1h30min, ainda iríamos visitar um vulcão. Muito doido pensar nisso.

Mas estávamos prontos e animados. Já nos encaminhávamos para o final da tarde, mas nessa época do ano o sol se põe bem mais tarde, então havia tempo hábil para realização do passeio, isso é óbvio, pois senão a agência não faria.

Partimos e o vulcão estava ali. Podia ser avistado a todo instante. Cada vez mais perto e mais majestoso. Cada vez mais assustador também, pois o guia informou (em tom de brincadeira) que o vulcão está ativo e que uma erupção pode ocorrer a qualquer momento.

Vulcão Osorno sendo avistado no trajeto para a visita.
Vulcão Osorno sendo avistado durante o trajeto para a visita.

Parada para informação e curiosidade: tanques com salmões

De repente o guia pede para o motorista parar ao lado de um caminhão que transportava uns tanques enormes. Eram tanques de água, com salmões vivos sendo transportados. Tanques refrigerados para manter a água gelada, pois é a condição ideal para esse peixe.

A região do Lago Llanquihue é produtora de salmões. Existem várias fazendas de salmões por todo o lago. Ele nos explicou que em certo momento da criação, os salmões são transferidos do lago (água doce), para o mar (água salgada), e o transporte é realizado com aqueles tipos de tanques. Na natureza esse é o ciclo natural da vida deles: nascem no rio, na água doce, e depois migram para o mar, retornando ao rio para a reprodução.

Na foto abaixo é possível ver um tipo de janelinha no tanque, onde no dia foi possível ver os salmões se movimentando. Curioso não!?

Tanques refrigerados para transporte dos salmões da água doce para o mar.

Subindo o Vulcão Osorno

Seguimos então em direção ao nosso destino, o Vulcão Osorno. A subida até a estação base é bem sinuosa. Estávamos no período do degelo, então não havia neve acumulada na estrada. Com neve no caminho a subida e depois a descida não devem ser nada fáceis.

Uma observação importante e interessante durante a subida é reparar que a encosta é praticamente toda formada por lava acumulada das erupções. Como uma terra muito escura.

Encosta do vulcão Osorno formada por lava das erupções.
Encosta do vulcão formada por lava das erupções.
Encosta do vulcão formada por lava. Como uma terra muito escura.
Como uma terra muito escura.
Chegando cada vez mais perto do Vulcão Osorno.
Chegando cada vez mais perto.

Chegando na base de apoio do Vulcão Osorno

Depois de subir um bocado, chegamos em uma edificação, uma base, um centro de apoio ao turista, com estacionamento, restaurante, banheiros, lojinha. A base que também faz parte de um centro de esqui, fica aproximadamente a 1.240 metros de altitude.

Ficamos sabendo então que a partir da base era possível subir mais dois níveis utilizando um teleférico. O tempo não estava muito bom e o horário já estava adiantado, então só seria possível chegar até o primeiro nível. O segundo nível estava fechado.

Base de apoio do Vulcão Osorno a 1.240 metros de altitude.
Base de apoio do Vulcão Osorno a 1.240 metros de altitude.
O local também é uma estação de esqui.
O local também é uma estação de esqui.
Vista de um dos cumes do vulcão e da estrutura do teleférico a partir da base de apoio.
Vista de um dos cumes do vulcão e da estrutura do teleférico a partir da base de apoio.

A emoção do primeiro encontro

Para nós a felicidade foi sem tamanho. Foi nosso primeiro encontro com neve acumulada. Estávamos como crianças descobrindo algo pela primeira vez. Foi realmente emocionante.

Primeiro encontro com neve acumulada na entrada da base de apoio do Vulcão Osorno.
Primeiro encontro com neve acumulada na entrada da base de apoio do Vulcão Osorno.

Comprando um gorro e ingressos para o teleférico

Era preciso comprar um ingresso para acessar o teleférico. Aproveitei para comprar um gorro pra mim, pois já estava frio e imaginamos que ficaria ainda mais frio durante a subida. A Débora já estava com um que tinha levado de casa.

Na época ainda era bem comum passar o cartão manualmente, em uma maquineta onde se inseria um tipo de recibo com papel carbono. O alto relevo do cartão marcava o recibo, que então era preenchido com o valor r assinado. Uma via era destacada para o cliente e as outras encaminhadas ao banco. Para saber se o cartão estava ok (válido, com limite, etc), normalmente se ligava para uma central de atendimento.

O interessante foi ver como o atendente fez a consulta do nosso cartão de crédito. Não havia telefone. Ele fez o contato com a central via rádio. Na foto abaixo é possível verificar o momento exato em que ele estava confirmando os dados.

Subindo o Vulcão Osorno de teleférico

Seguimos para o teleférico. O primeiro nível está a aproximadamente 1450 metros. São uns 10 minutos mais ou menos para chegar até ele. Durante a subida o Lago Llanquihue, e outro vulcão, o Calbuco, ficam nas nossas costas.

O frio começou a ficar cada vez mais intenso enquanto subíamos pendurados no teleférico. A Débora se enroscou toda e colocou o capuz do casaco. Por sorte estávamos com luvas. O tempo estava bastante feio, com cara de tempestade e de mais frio. Foi divertido!

No primeiro nível, no início da subida com o teleférico.
No primeiro nível, no início da subida com o teleférico.
Iniciando a subida com esse visual incrível.
Iniciando a subida com esse visual incrível.
Vista da base de apoio no início da subida.
Vista da base de apoio no início da subida.
Subindo de teleférico para a segunda base do Vulcão Osorno.
Subindo de teleférico para a segunda base do Vulcão Osorno.
Só alegria! Detalhe do gorro do Vulcão Osorno que comprei.
Só alegria! Detalhe do gorro do Vulcão Osorno que comprei.
O frio começou a ficar mais intenso....
O frio começou a ficar mais intenso….
Muito frrrrrrio! Ainda bem que comprei o gorro!
Muito frrrrrrio! Ainda bem que comprei o gorro!

No primeiro nível do Vulcão Osorno

Chegamos ao primeiro nível, ao primeiro estágio de uma subida de dois, mas como comentei antes, o segundo nível estava fechado. Nosso passeio seria somente até ali.

A chegada e o tempo que ficamos na primeira base foi só alegria. Fizemos muitas fotos e curtimos muito toda aquela neve e o visual que é indescritível.

A 1.450 metros de altitude, na segunda base do Vulcão Osorno, com o Lago Llanquihue ao fundo.
A 1.450 metros de altitude, na segunda base do Vulcão Osorno, com o Lago Llanquihue ao fundo.

E na direção do Lago Llanquihue se vê também o vulcão Calbuco.
E na direção do Lago Llanquihue se vê também o vulcão Calbuco.

E o tempo fechou

De repente a condição do tempo começou de certa forma a preocupar. Eram muitas nuvens carregadas se aproximando. Já havíamos aproveitado bastante e achamos melhor iniciar a descida.

Descida com vista para o Lago Llanquihue e vulcão Calbuco

Descendo a vista era ainda mais bonita, pois se fica virado para o Lago Llanquihue e o vulcão Calbuco. As nuvens meio que passaram, as coisas ficaram mais tranquilas, e aproveitamos muito o visual.

Ao fundo Lago Llanquihue e o vulcão Calbuco encoberto por nuvens.
Ao fundo Lago Llanquihue e o vulcão Calbuco encoberto por nuvens.
Vista do Lago Llanquihue durante a descida.
Vista do Lago Llanquihue durante a descida.
Vista do Lago Llanquihue e Vulcão Calbuco encoberto.
Vista do Lago Llanquihue e Vulcão Calbuco encoberto.
O Vulcão Calbuco não ficou totalmente a mostra em nenhum momento. Uma pena!
O Vulcão Calbuco não ficou totalmente a mostra em nenhum momento. Uma pena!
Marcas na neve da passagem de esquiadores.
Marcas na neve da passagem de esquiadores.

Encerrando o passeio em grande estilo

Terminada a descida, estávamos novamente na base de apoio. Ainda tínhamos algum tempo antes do retorno ao hotel. Decidimos acompanhar um casal de gaúchos de Porto Alegre como nós, pedindo uma bebida tradicional do lugar. Um chocolate quente com álcool, que não lembro agora se era uísque ou rum. Estávamos com frio e foi uma bela pedida.

O restaurante está posicionado estrategicamente com vista para o Lago Llanquihue e o vulcão Calbuco. Foi um momento muito agradável. Bebidinha quente, uma boa companhia, e um visual inesquecível. Perfeito para encerrar aquele belo passeio.

No restaurante da base do Vulcão Osorno, com outro casal de gaúchos, aguardando um chocolate quente com álcool.
No restaurante da base do Vulcão Osorno, com outro casal de gaúchos, aguardando um chocolate quente com álcool.

De volta ao hotel com vinho para comemorar

Voltamos para o hotel e agora sim era final de dia. Que dia intenso! Incrível chegar no final de um dia desses e se dar conta de quantas coisas aconteceram. Foi um dia realmente inesquecível.

Não poderia faltar um vinho para encerrar o dia e comemorar tanta felicidade. Que dia sensacional! E que viagem que até aqui só nos deu alegrias.

Para não sair do clima, abrimos um vinho chileno! Um da vinícola Cousiño Macul, do Valle Del Maipo, um Don Matias, Reserva, Cabernet Sauvignon, safra 2005.

Adoramos essa vinícola! São sempre vinhos muito bons! E usamos as tacinhas que ganhamos na visitação da vinícola Concha Y Toro.

Um brinde a tantas alegrias, a essa oportunidade, e a nossa parceria!

Final do dia 12 de setembro de 2006, no quarto com vista do Lago Llanquihue, Hotel los Alerces, Puerto Varas.
Final do dia 12 de setembro de 2006, no quarto com vista do Lago Llanquihue, Hotel los Alerces, Puerto Varas.

A mais momentos mágicos como esses!

O que achou desse passeio!? Mágico não é!? Simplesmente inesquecível! Está sendo incrível reviver momentos inesquecíveis como esses enquanto conto nossa aventura pelo Chile e Argentina.

Depois de tantos anos é incrível buscar na memória tantas histórias e lembranças gostosas, que só confirmam como é bom viajar e se aventurar.


Muito obrigado por chegar até aqui!

Continue acompanhando essa série! Ainda vem muita coisa pela frente! E se você não leu as publicações anteriores, por favor, não perde!

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Até o próximo capítulo, que será passeando por Puerto Varas, Puerto Montt, Frutillar e Llinquehue.

Grande abraço!