Em setembro de 2006 contratamos um pacote turístico para fazer a Cruce de Lagos entre Chile e Argentina. Os primeiros dias de viagem foram em Santiago, Chile, quando visitamos a vinícola Concha Y Toro no Valle del Maipo.
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Saída para visita à vinícola Concha Y Toro
Essa publicação é uma continuação da anterior, em que conto sobre a contratação de um pacote turístico para fazer a Cruce de Lagos entre Chile e Argentina, começando pela cidade de Santiago do Chile.
No final da manhã do dia 10 de setembro de 2006, quando fizemos o city tour por Santiago, foi nos dada a opção de ficar no shopping e fazer a visita à vinícola Concha Y Toro na parte da tarde. Pra nós foi perfeito! Pois estávamos começando a desenvolver o paladar e o interesse por vinhos, então adoramos a oportunidade.
Do shopping Mall Costanera Center até a vinícola Concha Y Toro são mais ou menos 40km. A van chegou na hora marcada e já estávamos aguardando. Colegas de city tour também optaram por conhecer a Concha Y Toro, então saímos com a van praticamente lotada.
Não lembro exatamente quanto pagamos na época, mas lembro que o valor não nos assustou, sendo que nos cobraram o traslado de ida e volta também. Conforme informações atuais contidas no site da Concha Y Toro, o valor para o Tour Tradicional em setembro de 2021 está custando 18.000 pesos chilenos por pessoa, o que com a conversão fica em torno de R$ 122,00 reais, incluindo uma taça e a degustação de 3 vinhos.
Chegada à vinícola Concha Y Toro
Depois de mais ou menos 1h de viagem chegamos à vinícola Concha Y Toro, que fica na Avenida Virginia Subercaseaux, 210, Pirque, Región Metropolitana. A entrada já chama a atenção. De cara já fizemos fotos com a placa de boas vindas. Várias barricas, provavelmente aposentadas, decoram o caminho de acesso. Tudo muito bonito, com belos gramados verdes e muita limpeza.
Logo após a van estacionar e todos descerem já recebemos às boas vindas do guia que nos acompanharia e apresentaria a vinícola. Em seguida ele já começou a explicar como seria o passeio e a passar as primeiras informações.
Casa de veraneio da família Concha y Toro
O início do passeio é pelo entorno da mansão da família Concha Y Toro, construída em 1875 pelo próprio Don Melchor, fundador da companhia. Seus jardins foram desenhados especialmente a pedido de Emiliana Subercaseaux, esposa de Don Melchor, que inclui uma bela lagoa e um parque com árvores de diferentes partes do mundo.
Conhecendo parte do parreiral
Seguindo com a visitação, caminhamos pelos jardins até chegar ao início do parreiral. Ali o guia deu uma aula de como é feito o cultivo das videiras, suas etapas, irrigação, fatores climáticos, técnicas de proteção, entre outras informações muito interessantes.
Como é possível ver nas fotos, o momento da nossa visita era época de descanso das parreiras, ou seja, estavam naquele aspecto seco, sem folhas ou frutos.
Entre as informações, uma nunca mais esquecemos. O guia nos explicou que no início de cada fileira do parreiral é plantado uma roseira, que florida, atrai as pragas, poupando as videiras de ataques. Outra informação é de que o controle da irrigação é feito por gotejamento.
Passando para a degustação
Depois do parreiral fomos para a degustação, onde todos ganharam taças com a inscrição Concha Y Toro e puderam experimentar alguns exemplares dos tradicionais Casillero del Diablo.
Hoje em dia as vinícolas costumam a oferecer de brinde tacinhas de plástico ou acrílico. Na oportunidade ganhamos taças de vidro! Não sei se ainda é assim, mas gostamos muito daquele presente, pois ser de vidro é um diferencial. Um das taças infelizmente quebrou com o uso, mas a outra foi preservada e temos até hoje.
Aproveitando para fazer um comentário sobre os vinhos da Concha Y Toro: se você conhece um pouco do mundo dos vinhos sabe que os vinhos da Concha Y Toro dispensam apresentações. Nós adoramos! Volta e meia temos um Casillero del Diablo em nossa humilde adega.
Visitando a adega e o “Casillero” de Don Melchor
Todos com as taças em mãos, ainda com vinho sendo degustado, partimos para o que talvez seja a parte mais esperada da visita: conhecer a adega subterrânea original de Don Melchor e o seu armário particular (o Casillero) que fica no interior da adega.
Diz a lenda que o nome Casillero del Diablo surgiu de um rumor espalhado por Don Melchor de que o próprio diabo supervisionava sua adega e sua reserva especial, isso depois que vinhos começaram a sumir de seu “casillero”. Depois do boato espalhado nunca mais teve vinhos roubados.
Encontro com o Diablo
Ingressamos na adega e começamos a explorá-la. Um lugar enorme! Muito fresco, úmido, rústico. Barricas de carvalho empilhadas por todo o espaço. Fomos caminhando e cada vez mais nos aprofundando num breu assustador. Cada vez mais próximos do “Casillero”.
Até que surge nosso guia com um gorro vermelho lembrando chifres do Diablo. Falando nisso, o guia era muito bom! Uma simpatia sem tamanho! Muito preparado para tratar com os turistas e todos estavam se divertindo muito.
Nos mostrou onde era o Casillero. Realmente parece como um closet, um quarto, com uma porta de grade, fechada com cadeado. Muitas garrafas descansando no lugar mais reservado da adega. Preparado o clima, apagam-se as poucas luzes disponíveis e uma vermelha surge, com a imagem do Diablo ao fundo para o deleite de todos. Muitas fotos registradas com certeza.
Depois do encontro com o Diablo, uma surpresa!
Depois de encontrar o Diablo, saímos da adega até uma sala onde fomos surpreendidos com mais uma degustação. Fomos convidados a degustar, nada mais nada menos, do que o vinho ícone da Concha Y Toro, o Don Melchor, referência mundial da casta Cabernet Sauvignon.
Encerrando a visita na lojinha
Como toda visita à uma vinícola, ou mesmo em visitas a outros segmentos, é normal que termine na loja da empresa. Seguimos para a loja da Concha Y Toro. Lembro que alguns vinhos, como o Don Melchor, não eram “para o nosso bico” como se diz, mas outros como o Reserva Casillero del Diablo tem valores mais acessíveis. Lembro que compramos um vinho pelo menos.
No nosso caso em especial ainda tinha a questão da viagem. Era apenas o primeiro dia. O que comprássemos seria para consumo breve, pois não tínhamos como ficar carregando mais quantidade.
Compramos também um saca-rolhas que temos até hoje. Aqui aproveito para dar uma dica: se você quer um bom saca-rolhas, procure sempre um que tenha a rosca em metal com teflon. Esse é o material ideal para perfurar as rolhas, pois os apenas em metal costumam quebrar a rolha durante o rosqueamento.
O saca-rolhas que compramos na loja da vinícola Concha Y Toro foi um dos melhores que tivemos na vida. Foi usado por muito tempo. Chega a estar com o teflon desgastado (foto) Não é muito fácil encontrar saca-rolhas com o acabamento em teflon. Quando encontramos para vender acabamos comprando mais de um para não ficar sem. Com isso guardamos o nosso da Concha Y Toro como recordação da inesquecível visita em setembro de 2006.
Fim da visita à vinícola Concha Y Toro
Depois da loja era hora de voltar para o hotel. Saímos felizes e satisfeitos com a experiência. Foi a primeira visita que fizemos a uma vinícola. Nosso interesse por vinhos estava só começando, mas já gostávamos muito, e a vontade de aprender era e ainda é enorme! Foi uma oportunidade incrível que nunca vamos esquecer.
Nos deixaram no hotel, onde descansamos um pouco e nos preparamos para sair para jantar no restaurante Giratório, o que contei na primeira publicação sobre a viagem ao Chile e Argentina em setembro de 2006. Se você quer saber como foi nossa viagem a Santiago e o primeiro dia de viagem, acessa no link.
Segundo dia da viagem
Na próxima publicação vou contar como foi nosso segundo dia de viagem, quando visitamos as cidades de Valparaiso e Viña del Mar. Não perca!
Obrigado por ler até aqui!
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