Morro da Igreja, Urubici

Em agosto de 2010 voltamos à serra catarinense. Ficamos dois dias hospedados em São Joaquim, quando fomos visitar o Morro da Igreja em Urubici, onde fica a Pedra Furada, o que não conseguimos fazer no ano anterior.

Seja bem-vindo ao site do projeto da Débora e do Gustavo, o Dé-Gus-tando a viagem. Aqui você vai ficar sabendo de tudo sobre o nosso projeto de viver na estrada, e também terá acesso às viagens que fizemos durante os 28 anos que estamos juntos, compartilhando histórias, curiosidades, informações e nossas experiências.

Subindo a serra gaúcha e catarinense

Era agosto de 2010. O Gustavo (eu que vos escrevo aqui), estava trabalhando em São Paulo neste ano e a Débora estava em Porto Alegre. Programamos subir a serra no dia 26 de agosto de 2010, uma quinta-feira. Viajei de São Paulo chegando em Porto Alegre no meio da tarde. Já estava tudo ajeitado. Nossas cachorras estavam com a minha sogra. Viajamos em seguida que cheguei.

Nosso destino desta fez era São Joaquim, na serra catarinense. Um lugar muito famoso, muito procurado por causa do frio. Desta vez resolvemos seguir até a serra catarinense pela BR-116, o que nunca tínhamos feito. De Porto Alegre/RS até São Joaquim/SC pela BR-116 são aproximadamente 427 km, com previsão de mais ou menos 7h de viagem.

Verificando o mapa hoje, percebo que é o trajeto mais longo disponível. O Google Maps sugere ir pelo litoral, e também apresenta a opção pela BR-101, reduzindo o tempo de viagem em praticamente 1h.

Rota de Porto Alegre/RS até São Joaquim/SC pela BR-116.

Viagem longa com chegada à noite

Cheguei no meio da tarde em Porto Alegre. Seria uma viagem puxada, quase 7h. Nunca tínhamos passado de Nova Petrópolis pela BR-116. Depois de Nova Petrópolis o trecho é bem complicado até chegar em Caxias do Sul. Serra pesada! Muito íngreme, pista apertada, com muitas curvas bem perigosas, famosas por acidentes graves.

Apesar de um pouco de tensão, fomos tranquilos, curtindo o tempo juntos, já que nos víamos a cada 15 dias naquele ano. A estrada pode ser perigosa, mas é muito bonita! Muito verde, muitas rochas, paisagens lindíssimas, e novas descobertas para nós, principalmente próximo a Vacaria, nos conhecidos Campos de Cima da Serra gaúcha.

Chegada em São Joaquim

Antes de São Joaquim pegamos um trecho de estrada bem complicado, com pouca sinalização e trânsito pesado, com vários caminhões de pequeno porte, que devem fazer sempre aquele trajeto, andando apressados. Era noite já, o que complicou ainda mais.

Enfim chegamos à São Joaquim. Não estava frio como gostaríamos. Foi tempo de encontrar a pousada em que ficaríamos, comer alguma coisa e ir descansar.

No dia seguinte o passeio era em Urubici

Manhã seguinte, dia 27 de agosto de 2010. Na nossa programação queríamos voltar a Urubici, para desta vez subir o Morro da Igreja, o que não foi possível na visita que fizemos no ano anterior, que contei em artigo aqui no site.

Tomamos nosso café da manhã, demos uma volta pelo centro de São Joaquim para dar uma olhada na cidade de dia. Visitamos a praça principal e a igreja antes de partimos para Urubici. De São Joaquim até Urubici são aproximadamente 60 km pela SC-110, com previsão de quase 1h de viagem.

Rota entre São Joaquim e Urubici pela SC-110

Paradinha no Snow Valley

Com um pouco mais de 10 km de viagem chegamos ao Parque Snow Valley, um parque ecológico criado pelo americano Edgar Leland Butterfield na década de 1960, inspirado nos modelos dos Parques Nacionais Norte Americanos, onde em meio a natureza, se pode realizar várias atividades, como arvorismo, tirolesa, trilhas, caminhadas, piqueniques, também comer pratos típicos, e até praticar o idioma inglês.

Estacionamos para conhecer. Andamos um pouco pelo lugar, que realmente é muito bonito. Foi uma parada breve. Seguimos viagem rumo a Urubici.

Snow Valley a 10 km de São Joaquim.

Subindo o Morro da Igreja em Urubici

Chegando em Urubici fomos direto para o Morro da Igreja, que fica no Parque Nacional de São Joaquim, com 1.822 m de altitude, o segundo mais alto de Santa Catarina e o quarto da região Sul do Brasil.

O Morro da Igreja, em Urubici, também é considerado o ponto habitado mais alto da Região Sul do Brasil, isso porque no cume está a base do CINDACTA II, Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB). Destaque para a primeira Estação de Radar Meteorológico (ERM) de Santa Catarina, a uma altitude de 1.808 m, cuja missão é a vigilância constante das condições meteorológicas na área de cobertura do equipamento e divulgação das informações obtidas.

Base militar no topo do Morro da Igreja em Urubici, serra de Santa Catarina.

Novas regras para a visitação

Pesquisando para esse artigo descobri que não se pode mais subir o Morro da Igreja em Urubici sem agendamento, que é realizado no site do ICMBio. Na oportunidade em 2010 subimos direto, sem qualquer controle de acesso. Com certeza essas normas chegaram devido a pandemia. Verifique a situação antes de fazer a visita.

Conforme consta no site do ICMBio, além da necessidade do agendamento, é preciso observar várias regras, como por exemplo o tempo máximo de permanência no mirante que é de 15 minutos.

A subida, que é de mais ou menos 32 km partindo do centro de Urubici, é em estrada asfaltada, que estava em excelentes condições em agosto de 2010. É um trecho bastante estreito, sinuoso e íngreme. Deve ser feito com muito cuidado, principalmente na descida.

Subindo o Morro da Igreja.
Estrada asfaltada, que estava em excelentes condições em agosto de 2010.
Vista da base militar e estação meteorológica.

Invadindo a base militar do Morro da Igreja

Subimos, subimos, até que avistamos a base militar que fica na beira do morro. Várias placas surgem avisando que é área militar, controlada, com limites de acesso e tal. Algumas placas falam em “portão fechado”. Não sei o que passou pela minha cabeça, mas ao chegar no topo achei que o mirante ficava dentro da base. O portão estava aberto e eu invadi! (risos).

Apesar de todas as placas, passei direto! Então vi no espelho soldados correndo atrás do nosso carro, gritando! Não podia ter entrado, é claro! A questão é que não tinha um lugar bem definido próximo a base (não sei como está hoje), para estacionamento, como uma área de mirante por exemplo. Imaginava que seria assim, que teria um ponto claramente definido para se parar. Achei que a estação meteorológica fosse acessível!

Voltei, claro! Saí de ré! Estacionei um pouco antes do portão da base. Assim que nós saímos levantaram uma corrente (para que outros malucos não entrassem). Foi muito engraçado!

Várias placas avisam sobre se tratar de uma área militar.
Momento posterior a termos invadido a base, já com a corrente posicionada.
Em frente ao portão de acesso a base militar.
Portão que fica ainda na subida para o Morro da Igreja.

A Igreja, a Pedra Furada

Devidamente estacionados (risos), fomos até o ponto de visualização da Pedra Furada, que parece uma igreja, por isso o nome do morro.

A Pedra Furada é uma escultura natural em forma de janela, com aproximadamente 30 metros de circunferência. Fica à direita de quem chega ao topo, antes do portão da base militar. Estacionado próximo ao portão, é preciso caminhar cerca de 20 metros em direção à borda do cânion.

Com o dia bom e céu claro, a informação é de que se pode avistar o mar, a mais de 100 km de distância. Na ocasião, o tempo estava bem nublado, então não foi possível comprovar isso. A Pedra Furada é o ponto de referência da divisa entre três municípios – Urubici, Bom Jardim da Serra e Orleans.

A temperatura estava agradável no momento da nossa visita. O relógio no local marcava 12h52min com 15° celsius. Valeu muito a subida. É um visual incrível! A formação rochosa natural em questão é muito interessante. Parece realmente com uma igreja. Não parece uma formação natural.

Relógio junto ao ponto de observação da Pedra Furada marcando 12h52min do dia 27 de agosto de 2010.
Queríamos mais frio, mas marcava 15 graus celsius.
Visão da Pedra Furada que realmente se parece com uma igreja.
Incrível formação rochosa natural que parece com uma igreja.
Com o céu limpo é possível ver o mar que fica a 100 km de distância.

Hora de descer o Morro da Igreja em Urubici

Aproveitamos o visual que estava incrível, mas chegava a hora de voltar. Na descida ainda paramos mais uma vez, em um ponto da estrada, que aí sim tinha um recuo, uma área de parada, como um mirante. Fizemos mais alguns registros desse ponto antes de continuar descendo.

Última parada antes de descer o Morro da Igreja.
Base militar e estação meteorológica ao fundo.
Nesse ponto há um recuo para estacionar.

Cascata Véu de Noiva em Urubici

Já que estávamos em Urubici, resolvemos visitar mais um ponto turístico. Fomos até a Cascata Véu de Noiva, que fica na descida do Morro da Igreja, cerca de 11 km do topo.

A Cascata Véu de Noiva tem 62 metros de queda e é uma entre as mais de 80 encontradas em Urubici. Se caracteriza por não ter uma queda livre. A água desliza sobre um enorme rochedo. Quando há maior vazão, a espuma branca faz o visual lembrar o véu de uma noiva. Na oportunidade da nossa visita a vazão de água estava bem pequena.

A cascata fica em propriedade particular, com pousada, estacionamento, lojinha e restaurante que também serve lanches. No local é possível fazer trilhas e praticar o arvorismo. São aproximadamente 300 metros do estacionamento até a base da cascata.

As coisas mudam! Mais um atrativo com controle de acesso. Neste caso com cobrança de ingresso. Quando fomos em agosto de 2010 acessamos a cascata sem qualquer controle ou cobrança. Conforme verifiquei, o valor na data desta publicação está em R$ 20,00 por pessoa.

Acesso para a Cascata Véu de Noiva em Urubici, que fica em área privada.
Do estacionamento são aproximadamente 300 metros de caminhada.
São 62 metros de queda, que descem suavemente sobre a rocha.
Estava com pouca vazão no momento da nossa visita.

Na saída de Urubici, inscrições rupestres

Depois da cascata seguimos nosso caminho de volta a São Joaquim. Bem na saída da cidade paramos para visitar inscrições rupestres.

O sítio arqueológico fica no Morro do Avencal, poucos quilômetros após deixar a zona urbana de Urubici. São inscrições deixadas por povos que habitaram a região há pelo menos 4.000 anos, os registros mais importantes em território catarinense. Presume-se que esses povos consideravam sagrados os locais das inscrições.

Se estaciona junto à estrada e então se caminha por poucos metros até chegar ao local, onde fica uma grande formação rochosa com as inscrições que são facilmente visualizadas. Ao lado é possível verificar plantações de maçãs. Quando visitamos, as árvores estavam secas, em época de descanso.

Caminhando até as inscrições rupestres de Urubici com macieiras ao lado.
O sítio arqueológico fica no Morro do Avencal.
São inscrições deixadas por povos que habitaram a região há pelo menos 4.000 anos.
As inscrições ficam perto da estrada.
Ao lado das inscrições uma plantação de maçãs em época de descanso.

Voltando para São Joaquim

E assim encerramos nosso passeio em Urubici, seguindo de volta à São Joaquim. Mais tarde fomos jantar em uma pizzaria no centro de São Joaquim. No dia seguinte passeamos por lá, o que conto na próxima publicação.


Obrigado por ler até o final!

Além do site, nosso canal no YouTube também está no ar, com vários vídeos interessantes que acho que você vai gostar. Aproveita para assistir o vídeo com a apresentação e lançamento para conhecer sobre o nosso projeto de viagem.

Fica o convite para você conhecer e se inscrever no nosso canal.

Mais uma vez obrigado e até breve!

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