Cabo San Pablo, é uma montanha remota e sua estrutura é composta por rochas sedimentares do Terciário. Tem uma altura de cerca de 100 metros. É um lugar solitário, onde só reinam os ventos fortes do sul. O cabo entra na água a cerca de 1.200 metros e em uma de suas baías é possível ver o navio mercante Desdémona, encalhado em 1985.
Desdémona foi um navio mercante construído em Hamburgo, Alemanha, na década de 1960 foi vendido para uma empresa argentina.
Em 1985, quando o navio seguia de Comodoro Rivadavia para Ushuaia. Seu capitão, encalhou intencionalmente no Cabo San Pablo. O objetivo era salvaguardar sua tripulação que era de 20 homens e evitar que o navio afundasse, deixando a possibilidade de um posterior reboque que nunca se concretizou.
Mais informações sobre o Desdémona no nosso vídeo no Youtube:
Chegando ao El Desdémona
Saímos de Rio Grande com esse objetivo: chegar ao Desdémona, encalhado em uma praia do Cabo San Pablo. Não seria fácil! Tínhamos em mente que para isso precisávamos percorrer quase 50 quilômetros de estrada de chão, que não sabíamos se era rípio, se era boa ou não.
A estrada em questão é a Ruta Provincial A. Quando chegamos nela tivemos uma grata surpresa, não era ripio, era uma estrada de chão, e até que boa. Nossa preocupação então passou a ser a umidade, que pudesse haver lama, barro, mas estávamos com camionetes 4×4, então seguimos em frente. A estrada lindíssima! No caminho subidas e descidas entre curvas e florestas verdes.
Estrada para Desdémona
Em certo momento cavalos atravessaram a estrada bem em frente a uma ponte de madeira.
Paramos para filmar. Eram lindos! Ariscos, quando íamos seguir em frente, se agitaram, e derrubaram uma cerca. Um deles ficou com a pata presa.
Quando descemos para tentar fazer algo, ele conseguiu se soltar. Ufa! Seguimos pela ponte que gemeu bastante durante nossa passagem.
Quase chegando na praia cruzamos com um “Zorrito” , uma Raposa-colorada, que ficou parada nos cuidando. Mais alguns quilômetros e chegamos a outra ponte. Cruzamos mais essa, para então seguirmos em direção a praia. Um caminho de areia, estreito, já com a imagem do navio a nossa frente, cada vez maior, cada vez mais imponente, ali na praia, preso.
Passeando junto ao Desdémona
Estacionamos muito perto do Desdémona. Ao abrir as nossas portas dávamos de cara com ele. Saímos para caminhar e olhar mais de perto. Muito frio, vento. Acabamos voltando para os campers para nos protegermos e almoçarmos.
Depois do almoço apareceu um solzinho, nos animamos para caminhar mais um pouco. Quando saímos do camper chovia gelo.
Achamos uma placa da Prefeitura Naval Argentina, que adverte: “PELIGROSO, no subir a bordo”. Logo em seguida a chuva de gelo voltou, mas dessa vez com força! Muitas pedrinhas de gelo. No início tudo é festa, mas em seguida começaram a machucar! No rosto, nos olhos, na cabeça. Voltamos as pressas para o camper. O vento empurrando e puxando. Um momento tenso.
Aguardamos até que parasse, quando nos demos conta que a maré havia baixado, voltamos à praia e levamos o drone. O navio já estava todo fora d’água. Já era possível dar a volta. Fomos até o outro lado dele para ver o que encontrávamos. Encontramos um imenso buraco no casco.
Fizemos um belo voo de drone registrando belas imagens que podem ser conferidas no vídeo também.
O frio começou a apertar. 3 graus! Resolvemos partir com medo de temperaturas negativas na madrugada, também do vento que era forte demais. Tínhamos que voltar quase 50 km até a Ruta 3. Estava anoitecendo. Chuva congelada no vidro.
O marcador do carro estava em 2 graus, chegamos na Ruta 3. Nesse momento a temperatura chegou a 1 grau. De repente, começou a nevar. Muita neve! Não conseguimos ver mais nada da estrada. Paramos no acostamento e comemoramos.
Seguimos até um posto YPF na entrada da cidade de Tolhuin. Continuou nevando por bastante tempo. Fomos dormir tarde impressionados com aquela imagem nova pra nós.
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